terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu twitto, tu twuittas, nós tuwitammos

Caros, não chego a ser um amante de movidades tecnológicas. Nao demorei muito a ter um PC e e-mail por necessidade profisssional. Mas demorei para entrar no primeiro chat, depois mais ainda para ter uma conta no orkut e um blog. Mas, enfim, ninguém é de ferro. E como escritor (ou metido a), sei que tenho de ir onde o povo está, como diz a canção do Milton. E hoje o povo está, definitivamente, na internet.

E foi assim, em busca de mais contatos com um público que cada vez mais tecla e cada vez menos escreve como no passado, que resolvi entrar nessa nova onda do twitter. Confesso que estou cada vez mais surpreso com a velocidade de avanço desta ferramenta. Nao vivo fazendo marketing de minhas páginas, menos por virtude e mais por falta de tempo. Ainda assim, a cada dia o número de followers e followings aumenta cresce sem parar. Acho que um dia ainda todo ser humado terá uma conta no twitter, isso, claro, se antes de que todos tenham computador nao surja uma invenção ainda mais sensacional.

Enfim, tudo isso para passar a voces meu endereço no twitter: http://twitter.com/LeoKamminsky
Para quem já me segue ou é seguido por mim lá, pode continuar me acompanhando neste blog (http://versoetudomais.blogspot.com) ou no outro (http://leonkleonk.blogspot.com). Também podem me encontrar no orkut ou no e-mail.

Come on, lets twuitt!!!!
Abs

Existe racismo no Brasil?

Neste momento em que se discute se seria necessário impor cotas para modelos negras e negros nos desfiles de moda, torna-se novamente atual (embora nunca tenha deixado de ser) o debate sobre as relações raciais no Brasil. Um debate, paradoxalmente, abafado pela absurda idéia de que o racismo inexiste no País, por mais que todos os indicadores provem o contrário. A falsa idéia de democracia racial é a maior adversária da luta contra o racismo no Brasil. Infelizmente, até alguns negros se equivocam ao analisar esta questão. No Brasil e nos EUA, mas muito mais aqui do que lá, vez por outra surge alguma liderança intelectual ou social negra a se opor a políticas afirmativas ou de compensação, como as cotas. Recentemente tivemos um caso de um líder negro no Brasil atacando o sistema de cotas raciais. Para ele, seria necessário adotar uma cota social, para os pobres em geral, mas sem especificar o benefício aos negros ou a qualquer outra minoria ou grupo.

Este é o tipo de argumento que parece correto. Mas só parece. No fundo, esta argumentação simplesmente nega a existência do racismo. Por esta visão, o que existiria é o preconceito social, a injustiça social, que penalizaria igualmente brancos e negros. Logo, não existiria racismo! Mas esta não é a realidade dos fatos. Pesquisas mostram que, quando se faz política social para os pobres em geral, os brancos pobres se beneficiam mais. È duro admitir. Mas a desigualdade não existe apenas entre ricos e pobres, mas também dentro das classes e grupos sociais.

Veja o texto completo em:
http://leonkleonk.blogspot.com/2009/06/o-racismo-camuflado-mas-cruel-no-brasil.html

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Como iniciar um romance – IV

"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
- Ai! que preguiça!..."

Nosso brilhante e irreverente Mário de Andrade, iniciando um dos romances mais marcantes do nosso século XX. Minha idéia inicial era homenageá-lo aqui transcrevendo outro trecho, o que descreve uma sessão de macumba. É fantástica. Não conheço este culto na vida real, mas ao ler me senti dentro de um terreiro, apesar de toda a fantasia que Mário adiciona, como faz ao longo de todas as histórias que conta no livro. Mas a narrativa é longa, consome páginas... Bem ao gosto do personagem, me deu uma preguiça... e resolvi me ater a esta abertura, que também é magnífica e tem poucas linhas, facilitando a leitura e a escrevinhadura.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ensaio de auto-ajuda

Feche o livro
Recolha o pranto
Enxugue a lágrima
Não esqueça o que viveu
Mas não se prenda

Na falta de alguém para amar
Ame-se
Na falta de uma causa para assumir
Assuma-se
Na ausência de um herói para recorrer
Ampara-te

Quando o horizonte desaparece
Olhe para o chão
Quando os grandes sonhos se dissipam
Pense nos possíveis

Passo a passo
Palmo a palmo
Entre nas batalhas vencíveis
Comemore as pequenas vitórias
Deixe que elas se acumulem
Que evoluam para um rochedo
Que construam sua trincheira
A base do recomeço
O terreno firme para pisar
O colchão seguro para repousar

E então, já refeita
Reabra o livro
Respire fundo
E volte à luta!
De confiança renovada
Retome a ousadia
Restabeleça a coragem
Limpe o suor

Guerreie sem dó
Pelos amores impossíveis
Pelos prazeres proibidos
Pelas causas desenganadas
Pelos sonhos desiludidos

Busque sem descanso
As metas inatingíveis
Os tesouros mais improváveis
Os picos mais inalcançáveis
Os objetivos mais irrealizáveis