Te amo
te amo de uma maneira inexplicável
de uma forma inconfessávelde um modo contraditório
Te amo
Te amo , com meus estados de ânimo
que são muitose mudar de humor continuadamente
pelo que você já sabe
o tempoa vidaa morte
Te amo
Te amo, com o mundo que não entendo
com as pessoas que não compreendem
com a ambivalência de minha alma
com a incoerência dos meus atos
com a fatalidade do destino
com a conspiração do desejo
com a ambigüidade dos fatos
ainda quando digo que não te amo, te amo
até quando te engano, não te engano
no fundo levo a cabo um planopara amar-te melhor.
Te amo
Te amo , sem refletir, inconscientemente
irresponsavelmente, espontaneamente
involuntariamente, por instintopor impulso, irracionalmente
de fato não tenho argumentos lógicos
nem sequer improvisados
para fundamentar este amor que sinto por ti
que surgiu misteriosamente do nada
que não resolveu magicamente nada
e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada,melhorou o pior de mim
Te amo
Te amo com um corpo que não pensa
com um coração que não raciocina
com uma cabeça que não coordena
Te amo
Te amo incompreensivelmente
sem perguntar-me porque te amo
sem importar-me porque te amo
sem questionar-me porque te amo
Te amosimplesmente porque te amo
eu mesmo não sei porque te amo
PABLO NERUDA
quarta-feira, 15 de julho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
Eu twitto, tu twuittas, nós tuwitammos
Caros, não chego a ser um amante de movidades tecnológicas. Nao demorei muito a ter um PC e e-mail por necessidade profisssional. Mas demorei para entrar no primeiro chat, depois mais ainda para ter uma conta no orkut e um blog. Mas, enfim, ninguém é de ferro. E como escritor (ou metido a), sei que tenho de ir onde o povo está, como diz a canção do Milton. E hoje o povo está, definitivamente, na internet.
E foi assim, em busca de mais contatos com um público que cada vez mais tecla e cada vez menos escreve como no passado, que resolvi entrar nessa nova onda do twitter. Confesso que estou cada vez mais surpreso com a velocidade de avanço desta ferramenta. Nao vivo fazendo marketing de minhas páginas, menos por virtude e mais por falta de tempo. Ainda assim, a cada dia o número de followers e followings aumenta cresce sem parar. Acho que um dia ainda todo ser humado terá uma conta no twitter, isso, claro, se antes de que todos tenham computador nao surja uma invenção ainda mais sensacional.
Enfim, tudo isso para passar a voces meu endereço no twitter: http://twitter.com/LeoKamminsky
Para quem já me segue ou é seguido por mim lá, pode continuar me acompanhando neste blog (http://versoetudomais.blogspot.com) ou no outro (http://leonkleonk.blogspot.com). Também podem me encontrar no orkut ou no e-mail.
Come on, lets twuitt!!!!
Abs
E foi assim, em busca de mais contatos com um público que cada vez mais tecla e cada vez menos escreve como no passado, que resolvi entrar nessa nova onda do twitter. Confesso que estou cada vez mais surpreso com a velocidade de avanço desta ferramenta. Nao vivo fazendo marketing de minhas páginas, menos por virtude e mais por falta de tempo. Ainda assim, a cada dia o número de followers e followings aumenta cresce sem parar. Acho que um dia ainda todo ser humado terá uma conta no twitter, isso, claro, se antes de que todos tenham computador nao surja uma invenção ainda mais sensacional.
Enfim, tudo isso para passar a voces meu endereço no twitter: http://twitter.com/LeoKamminsky
Para quem já me segue ou é seguido por mim lá, pode continuar me acompanhando neste blog (http://versoetudomais.blogspot.com) ou no outro (http://leonkleonk.blogspot.com). Também podem me encontrar no orkut ou no e-mail.
Come on, lets twuitt!!!!
Abs
Existe racismo no Brasil?
Neste momento em que se discute se seria necessário impor cotas para modelos negras e negros nos desfiles de moda, torna-se novamente atual (embora nunca tenha deixado de ser) o debate sobre as relações raciais no Brasil. Um debate, paradoxalmente, abafado pela absurda idéia de que o racismo inexiste no País, por mais que todos os indicadores provem o contrário. A falsa idéia de democracia racial é a maior adversária da luta contra o racismo no Brasil. Infelizmente, até alguns negros se equivocam ao analisar esta questão. No Brasil e nos EUA, mas muito mais aqui do que lá, vez por outra surge alguma liderança intelectual ou social negra a se opor a políticas afirmativas ou de compensação, como as cotas. Recentemente tivemos um caso de um líder negro no Brasil atacando o sistema de cotas raciais. Para ele, seria necessário adotar uma cota social, para os pobres em geral, mas sem especificar o benefício aos negros ou a qualquer outra minoria ou grupo.
Este é o tipo de argumento que parece correto. Mas só parece. No fundo, esta argumentação simplesmente nega a existência do racismo. Por esta visão, o que existiria é o preconceito social, a injustiça social, que penalizaria igualmente brancos e negros. Logo, não existiria racismo! Mas esta não é a realidade dos fatos. Pesquisas mostram que, quando se faz política social para os pobres em geral, os brancos pobres se beneficiam mais. È duro admitir. Mas a desigualdade não existe apenas entre ricos e pobres, mas também dentro das classes e grupos sociais.
Veja o texto completo em:
http://leonkleonk.blogspot.com/2009/06/o-racismo-camuflado-mas-cruel-no-brasil.html
Este é o tipo de argumento que parece correto. Mas só parece. No fundo, esta argumentação simplesmente nega a existência do racismo. Por esta visão, o que existiria é o preconceito social, a injustiça social, que penalizaria igualmente brancos e negros. Logo, não existiria racismo! Mas esta não é a realidade dos fatos. Pesquisas mostram que, quando se faz política social para os pobres em geral, os brancos pobres se beneficiam mais. È duro admitir. Mas a desigualdade não existe apenas entre ricos e pobres, mas também dentro das classes e grupos sociais.
Veja o texto completo em:
http://leonkleonk.blogspot.com/2009/06/o-racismo-camuflado-mas-cruel-no-brasil.html
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Como iniciar um romance – IV
"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
- Ai! que preguiça!..."
Nosso brilhante e irreverente Mário de Andrade, iniciando um dos romances mais marcantes do nosso século XX. Minha idéia inicial era homenageá-lo aqui transcrevendo outro trecho, o que descreve uma sessão de macumba. É fantástica. Não conheço este culto na vida real, mas ao ler me senti dentro de um terreiro, apesar de toda a fantasia que Mário adiciona, como faz ao longo de todas as histórias que conta no livro. Mas a narrativa é longa, consome páginas... Bem ao gosto do personagem, me deu uma preguiça... e resolvi me ater a esta abertura, que também é magnífica e tem poucas linhas, facilitando a leitura e a escrevinhadura.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
- Ai! que preguiça!..."
Nosso brilhante e irreverente Mário de Andrade, iniciando um dos romances mais marcantes do nosso século XX. Minha idéia inicial era homenageá-lo aqui transcrevendo outro trecho, o que descreve uma sessão de macumba. É fantástica. Não conheço este culto na vida real, mas ao ler me senti dentro de um terreiro, apesar de toda a fantasia que Mário adiciona, como faz ao longo de todas as histórias que conta no livro. Mas a narrativa é longa, consome páginas... Bem ao gosto do personagem, me deu uma preguiça... e resolvi me ater a esta abertura, que também é magnífica e tem poucas linhas, facilitando a leitura e a escrevinhadura.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Ensaio de auto-ajuda
Feche o livro
Recolha o pranto
Enxugue a lágrima
Não esqueça o que viveu
Mas não se prenda
Na falta de alguém para amar
Ame-se
Na falta de uma causa para assumir
Assuma-se
Na ausência de um herói para recorrer
Ampara-te
Quando o horizonte desaparece
Olhe para o chão
Quando os grandes sonhos se dissipam
Pense nos possíveis
Passo a passo
Palmo a palmo
Entre nas batalhas vencíveis
Comemore as pequenas vitórias
Deixe que elas se acumulem
Que evoluam para um rochedo
Que construam sua trincheira
A base do recomeço
O terreno firme para pisar
O colchão seguro para repousar
E então, já refeita
Reabra o livro
Respire fundo
E volte à luta!
De confiança renovada
Retome a ousadia
Restabeleça a coragem
Limpe o suor
Guerreie sem dó
Pelos amores impossíveis
Pelos prazeres proibidos
Pelas causas desenganadas
Pelos sonhos desiludidos
Busque sem descanso
As metas inatingíveis
Os tesouros mais improváveis
Os picos mais inalcançáveis
Os objetivos mais irrealizáveis
Recolha o pranto
Enxugue a lágrima
Não esqueça o que viveu
Mas não se prenda
Na falta de alguém para amar
Ame-se
Na falta de uma causa para assumir
Assuma-se
Na ausência de um herói para recorrer
Ampara-te
Quando o horizonte desaparece
Olhe para o chão
Quando os grandes sonhos se dissipam
Pense nos possíveis
Passo a passo
Palmo a palmo
Entre nas batalhas vencíveis
Comemore as pequenas vitórias
Deixe que elas se acumulem
Que evoluam para um rochedo
Que construam sua trincheira
A base do recomeço
O terreno firme para pisar
O colchão seguro para repousar
E então, já refeita
Reabra o livro
Respire fundo
E volte à luta!
De confiança renovada
Retome a ousadia
Restabeleça a coragem
Limpe o suor
Guerreie sem dó
Pelos amores impossíveis
Pelos prazeres proibidos
Pelas causas desenganadas
Pelos sonhos desiludidos
Busque sem descanso
As metas inatingíveis
Os tesouros mais improváveis
Os picos mais inalcançáveis
Os objetivos mais irrealizáveis
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Soneto perfeito
Para relembrar, o soneto 74, do mestre da nossa amada língua.
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Beijo infinito
Quero te beijar um beijo infinito
Estremecer seu corpo
Entorpecer seus sentidos
Adormecer seus pés
Enrubescer sua face
Enquanto mordo seus lábios
Quero te beijar um beijo inaudito
Arrepiar seus pelos
Eletrizar sua pele
Acelerar seu pulso
Estufar suas veias
Enquanto engulo sua boca
Quero te beijar um beijo inesquecível
Inebriar sua mente
Aquecer seu espírito
Amortecer seu tato
Encharcar seus poros
Enquanto trago sua língua
Quero te beijar um beijo inconcebível
Até que me perca no espaço,
esqueça o tempo e abandone a razão
Quero continuar te beijando
Até saciar meu desejo
Até preencher meu coração
Estremecer seu corpo
Entorpecer seus sentidos
Adormecer seus pés
Enrubescer sua face
Enquanto mordo seus lábios
Quero te beijar um beijo inaudito
Arrepiar seus pelos
Eletrizar sua pele
Acelerar seu pulso
Estufar suas veias
Enquanto engulo sua boca
Quero te beijar um beijo inesquecível
Inebriar sua mente
Aquecer seu espírito
Amortecer seu tato
Encharcar seus poros
Enquanto trago sua língua
Quero te beijar um beijo inconcebível
Até que me perca no espaço,
esqueça o tempo e abandone a razão
Quero continuar te beijando
Até saciar meu desejo
Até preencher meu coração
A música do Mestre
Provavelmente foi o próprio Criador quem encomendou esta música para tocar no paraíso. Em sua infinita bondade, porém, Deus entendeu que deveria dividi-la com nós mortais. Assim, nasceu “Jesus, Alegria dos Homens”, uma jóia do mestre alemão Johann Sebastian Bach. Para se deleitar com sons divinos: http://www.youtube.com/watch?v=FwWL8Y-qsJg
terça-feira, 12 de maio de 2009
Era uma vez uma foto
Era uma vez uma foto com vida
Que fazia caras e bocas
E que me encarava
Sorriso enigmático
Qual Gioconda
Olhos negros gigantes
Penetravam meu âmago
Cabelos esparramados
Como ondas dadivosas
Pele de cobre
Como a pedir um toque
Lábios de sangue
Como a suplicar resposta
Face brilhante
Resplandescendo em vida
Sobrancelhas atônitas
Extrapolando mistérios
E para o todo completar
Como o toque final de um mestre
Uma pinta estratégica
Eternizava o instantâneo
Aquela foto invertia a ordem
Bagunçava meu universo
Fora feita para ser observada
Mas me observava
Fora revelada para deleite dos meus olhos
Mas eram seus olhos que me fitavam.
Que fazia caras e bocas
E que me encarava
Sorriso enigmático
Qual Gioconda
Olhos negros gigantes
Penetravam meu âmago
Cabelos esparramados
Como ondas dadivosas
Pele de cobre
Como a pedir um toque
Lábios de sangue
Como a suplicar resposta
Face brilhante
Resplandescendo em vida
Sobrancelhas atônitas
Extrapolando mistérios
E para o todo completar
Como o toque final de um mestre
Uma pinta estratégica
Eternizava o instantâneo
Aquela foto invertia a ordem
Bagunçava meu universo
Fora feita para ser observada
Mas me observava
Fora revelada para deleite dos meus olhos
Mas eram seus olhos que me fitavam.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Saudade da inventividade musical dos anos 80
Lembro-me bem da primeira vez que vi este clip, do Talking Heads, em um programa da TV Cultura. A criatividade performática de David Byrne e seus parceiros me fisgou. No dia seguinte, corri para a loja e comprei o disco, o primeiro de uma série, desta banda que marcou uma década em que os cantores e músicos ainda pareciam ter, ao menos, a pretensão de fazer algo mais do que produzir um bom álbum para estourar nas vendas. A seguir, um link da inspirada “Once in a lifetime”.
http://www.youtube.com/watch?v=o7pVjl4Rrtc&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=o7pVjl4Rrtc&NR=1
A rosa do Bandeira
A ROSA
vista incerta,
Os ombros langues,
Pierrot aperta
As mãos exagues
De encontro ao peito.
Alguma cousa
O punge ali
Que ele não ousa
Lançar de si,
O pobre doido!
Uma sombria
Rosa escarlata
Em agonia
Faz que lhe bata
O coração...Sangrenta rosa
Que evoca a louca,
A voluptosa
Volúvel boca
De sua amada...
Ah, com que mágoa,
Com que desgosto
Dois fios de água
Lavam-lhe o rosto
De faces lívidas!
Da veste branca
A larga túnica
Por fim arranca
A rosa púnica
Em um soluço.
E parecia,
Jogando ao chão
A flor sombria,
Que o coração
Ele arrancara!...
Lindo poema do grande Manuel Bandeira, que copiei na cara dura do Orkut da minha amiga Çiça!
vista incerta,
Os ombros langues,
Pierrot aperta
As mãos exagues
De encontro ao peito.
Alguma cousa
O punge ali
Que ele não ousa
Lançar de si,
O pobre doido!
Uma sombria
Rosa escarlata
Em agonia
Faz que lhe bata
O coração...Sangrenta rosa
Que evoca a louca,
A voluptosa
Volúvel boca
De sua amada...
Ah, com que mágoa,
Com que desgosto
Dois fios de água
Lavam-lhe o rosto
De faces lívidas!
Da veste branca
A larga túnica
Por fim arranca
A rosa púnica
Em um soluço.
E parecia,
Jogando ao chão
A flor sombria,
Que o coração
Ele arrancara!...
Lindo poema do grande Manuel Bandeira, que copiei na cara dura do Orkut da minha amiga Çiça!
terça-feira, 28 de abril de 2009
Como iniciar um romance – III
“Pelo quarto parecia-lhe estarem a se cruzar os elétricos, a estremecerem-lhe a imagem refletida. Estava a se pentear vagarosamente diante da penteadeira de três espelhos, os braços brancos e fortes arrepiavam-se à frescurazita da tarde. Os olhos não se abandonavam, os espelhos vibravam, ora escuros ora luminosos. Cá fora, duma janela mais alta, caiu à rua uma cousa pesada e fofa. Se os miúdos e o marido estivessem à casa, já lhe viria à idéia que seria descuido deles. Os olhos não se despregavam da imagem, o pente trabalhava meditativo, o roupão aberto deixava aparecerem nos espelhos os seios entrecortados de várias raparigas”.
Os brasileiros não poderiam ficar de fora desta série de grandes aberturas de romance. Esta é a inspirada abertura de “Laços de família”, de Clarice Lispector, uma das maiores escritoras brasileiras. Adorei o neologismo (?) "frescurazita".
Os brasileiros não poderiam ficar de fora desta série de grandes aberturas de romance. Esta é a inspirada abertura de “Laços de família”, de Clarice Lispector, uma das maiores escritoras brasileiras. Adorei o neologismo (?) "frescurazita".
A profundidade do óbvio
Quando pensarmos, procuremos evitar o óbvio
Fugir do superficial
Desviar da burra unanimidade
Antes, senão, tentemos buscar o profundo
Mirar no que é fundamental
Devemos vasculhar os detalhes
Abrir o raio da visão
Resistir à tentação do conveniente
Ignorar tudo o que é vil e leviano
Explorar os limites da razão
Mas se queremos algo descobrir
Qual Colombo, o novo desvendar
Uma lição não podemos desprezar
Às vezes, aquilo que há de mais profundo
É a obviedade mais desconcertante
A evidência dura, que teimamos ignorar
Fugir do superficial
Desviar da burra unanimidade
Antes, senão, tentemos buscar o profundo
Mirar no que é fundamental
Devemos vasculhar os detalhes
Abrir o raio da visão
Resistir à tentação do conveniente
Ignorar tudo o que é vil e leviano
Explorar os limites da razão
Mas se queremos algo descobrir
Qual Colombo, o novo desvendar
Uma lição não podemos desprezar
Às vezes, aquilo que há de mais profundo
É a obviedade mais desconcertante
A evidência dura, que teimamos ignorar
No one here gets out alive, now
A melhor música do Doors. Se bem que eu já achei que muitas outras eram as melhores. Doors é como vinho. E não apenas porque com o passar do tempo vai ficando mais patente a qualidade do rock que faziam, bem como sua influência sobre muitas outras bandas. Também porque, como no vinho, no quarteto de Los Angeles há sempre uma canção que te apaixona para cada momento. Se não conhecia esta canção de arrepiar, conheça. Se conhecia, delicie-se one more time. http://www.youtube.com/watch?v=9DfG1SNydnc
Enjoy!
Five to one
Five to one, baby
One in five
No one here gets out alive, now
You get yours, baby
Ill get mineGonna make it, baby
If we try
The old get oldA
nd the young get stronger
May take a week
And it may take longer
They got the guns
But we got the numbers
Gonna win, yeah
Were takin overCome on!
Yeah!Your ballroom days are over, baby
Night is drawing near
Shadows of the evening crawl across the years
Ya walk across the floor with a flower in your hand
Trying to tell me no one understands
Trade in your hours for a handful dimes
Gonna make it, baby, in our prime
Come together one more time
Get together one more time
Get together one more time
Get together, aha
Get together one more time!
Get together one more time!
Get together one more time
Get together one more time
Get together, gotta, get together
Ohhhhhhhh!
Hey, cmon, honey
You wont have along wait for me, baby
Ill be there in just a little while
You see, I gotta go out in this car with these people and...
Get together one more time
Get together one more timeGet together, got to
Get together, got toGet together, got to
Take you up in my room and...
Hah-hah-hah-hah-hah
Love my girlShe lookin good, lookin real good
Love ya, cmon.
Enjoy!
Five to one
Five to one, baby
One in five
No one here gets out alive, now
You get yours, baby
Ill get mineGonna make it, baby
If we try
The old get oldA
nd the young get stronger
May take a week
And it may take longer
They got the guns
But we got the numbers
Gonna win, yeah
Were takin overCome on!
Yeah!Your ballroom days are over, baby
Night is drawing near
Shadows of the evening crawl across the years
Ya walk across the floor with a flower in your hand
Trying to tell me no one understands
Trade in your hours for a handful dimes
Gonna make it, baby, in our prime
Come together one more time
Get together one more time
Get together one more time
Get together, aha
Get together one more time!
Get together one more time!
Get together one more time
Get together one more time
Get together, gotta, get together
Ohhhhhhhh!
Hey, cmon, honey
You wont have along wait for me, baby
Ill be there in just a little while
You see, I gotta go out in this car with these people and...
Get together one more time
Get together one more timeGet together, got to
Get together, got toGet together, got to
Take you up in my room and...
Hah-hah-hah-hah-hah
Love my girlShe lookin good, lookin real good
Love ya, cmon.
domingo, 26 de abril de 2009
Direitos do Homem, parte um
Todo homem tem direito ao trabalho
Todo homem tem o direito de assegurar, honestamente,
o sustento de sua família
Todo homem tem direito a oportunidades para crescer
Mas o direito do homem vai muito além do pão
O homem tem o direito ao descanso após a labuta
O homem tem o direito de não receber ligações da firma à noite,
nem no sagrado fim-de-semana
O homem tem direito ao sono dos justos
Ao descanso do guerreiro
O homem tem o direito de programar férias,
e não apenas o dever de planejar as tarefas na companhia
O homem tem direito a planejar férias com mulher e filhos,
e também com os parentes e amigos,
e também como os amigos do amigo, parentes do parente,
e de levar o cachorro, o gato, o papagaio;
até o cunhado pode ser incluído
O homem tem o direito de ter o dever de cumprir o planejado com os seus,
sem que a prioridade corporativa se imponha
O homem tem o direito a feriados prolongados,
para subtrair o stress e restaurar as energias,
Ainda que sejam apenas aqueles que a escala de plantão permite
Mas que a escala seja equilibrada e justa,
e que seja concretizada
O homem tem o direito de gozar férias e feriados
sem o medo de ter seu posto ameaçado,
sem o risco de sua relevância no emprego ser questionada
Sem que sua ausência enseje puxadas de tapete
Todo homem tem o direito de trabalhar dentro do acordado
Tem direito até de trabalhar um pouco mais e ganhar por isto
Mas que o serão do workaholic ao lado não seja o exemplo
Sem que o comprometimento total do comandante-em-chefe pago em ouro seja o padrão
Sem que os puxa-sacos-filhos-da-mãe de sempre ditem as regras
O homem tem o direito de ganhar pelo que faz
e de fazer o que lhe prometem pagar
O homem tem, até, o direito de fazer um pouco mais do lhe exigem
Mas o homem tem, sobretudo, o direito de ter direitos!
Todo homem tem o direito de assegurar, honestamente,
o sustento de sua família
Todo homem tem direito a oportunidades para crescer
Mas o direito do homem vai muito além do pão
O homem tem o direito ao descanso após a labuta
O homem tem o direito de não receber ligações da firma à noite,
nem no sagrado fim-de-semana
O homem tem direito ao sono dos justos
Ao descanso do guerreiro
O homem tem o direito de programar férias,
e não apenas o dever de planejar as tarefas na companhia
O homem tem direito a planejar férias com mulher e filhos,
e também com os parentes e amigos,
e também como os amigos do amigo, parentes do parente,
e de levar o cachorro, o gato, o papagaio;
até o cunhado pode ser incluído
O homem tem o direito de ter o dever de cumprir o planejado com os seus,
sem que a prioridade corporativa se imponha
O homem tem o direito a feriados prolongados,
para subtrair o stress e restaurar as energias,
Ainda que sejam apenas aqueles que a escala de plantão permite
Mas que a escala seja equilibrada e justa,
e que seja concretizada
O homem tem o direito de gozar férias e feriados
sem o medo de ter seu posto ameaçado,
sem o risco de sua relevância no emprego ser questionada
Sem que sua ausência enseje puxadas de tapete
Todo homem tem o direito de trabalhar dentro do acordado
Tem direito até de trabalhar um pouco mais e ganhar por isto
Mas que o serão do workaholic ao lado não seja o exemplo
Sem que o comprometimento total do comandante-em-chefe pago em ouro seja o padrão
Sem que os puxa-sacos-filhos-da-mãe de sempre ditem as regras
O homem tem o direito de ganhar pelo que faz
e de fazer o que lhe prometem pagar
O homem tem, até, o direito de fazer um pouco mais do lhe exigem
Mas o homem tem, sobretudo, o direito de ter direitos!
sexta-feira, 24 de abril de 2009
A vaquinha do Joyce
"Certa vez - e que linda vez que isso foi -, vinha uma vaquinha pela estrada abaixo, fazendo muu! E esta vaquinha, que vinha pela estrada abaixo fazendo muu!, encontrou um amor de menino chamado pequerrucho Fuça-Fuça...".
Mais uma aula de como começar um romance, do grande James Joyce, o Rosa irlandês, artífice das palavras. Três linhas singelas, inventivas, monumentais, um cartão de visita à altura do romance que seguirá: "Retrato do artista quando jovem".
Mais uma aula de como começar um romance, do grande James Joyce, o Rosa irlandês, artífice das palavras. Três linhas singelas, inventivas, monumentais, um cartão de visita à altura do romance que seguirá: "Retrato do artista quando jovem".
A Mariquinha do Rosa
Mariquinha é como a chuva:
boa é, p'ra quem quer bem!
Ela vem sempre de graça,
só não sei quando ela vem...
Cântico popular, por Guimarães Rosa, em "Sagarana".
boa é, p'ra quem quer bem!
Ela vem sempre de graça,
só não sei quando ela vem...
Cântico popular, por Guimarães Rosa, em "Sagarana".
Saberlo todo, serlo todo, poseerlo todo
Para venir a gustarlo todo
no quieras tener gusto en nada;
para venir a saberlo todo,
no quieras saber algo em nada;
para venir a posserlo todo,
no quieras poseer algo en nada;
para venir a serlo todo,
no quieras ser algo en nada;
para venir a lo que no gustas,
has de ir por donde no gustas;
para venir a lo que no sabes,
has de ir por donde no sabes;
para venir a poseer a lo que no posees,
has de ir por donde no posees;
para venir a lo que no eres,
has de ir por donde no eres;
Cuandos reparas em algo,
dejas de arrojarte ao todo;
para venir del todo al todo,
has de dejarte del todo en todo;
y quando lo vengas del todo a tener,
has de tenerlo sin nada querer.
San Juan de La Cruz, um dos maiores poetas espanhóis e cristãos de todos os tempos.
no quieras tener gusto en nada;
para venir a saberlo todo,
no quieras saber algo em nada;
para venir a posserlo todo,
no quieras poseer algo en nada;
para venir a serlo todo,
no quieras ser algo en nada;
para venir a lo que no gustas,
has de ir por donde no gustas;
para venir a lo que no sabes,
has de ir por donde no sabes;
para venir a poseer a lo que no posees,
has de ir por donde no posees;
para venir a lo que no eres,
has de ir por donde no eres;
Cuandos reparas em algo,
dejas de arrojarte ao todo;
para venir del todo al todo,
has de dejarte del todo en todo;
y quando lo vengas del todo a tener,
has de tenerlo sin nada querer.
San Juan de La Cruz, um dos maiores poetas espanhóis e cristãos de todos os tempos.
Bel’Ana
Ana, você disse não
Nana, naninha
Pensei em te esquecer
Mas acabei voltando
Sob as rédeas do coração
Uma volta incondicional
Só mesmo para te ver
Para saciar minha visão
Voltei pela luz dos teus olhos
Pela sua face angelical
Sua pele de bebê
Seus cabelos negros
Espalhados em seu corpo
Seus lábios carnudos
Doces trincheiras
A resguardar sua boca
Seu semblante meigo
Sua sobrancelha perfeita
Ah, minha bela Ana
Quanto Deus te fez
Nada foi em vão!
Leoncio K.
Nana, naninha
Pensei em te esquecer
Mas acabei voltando
Sob as rédeas do coração
Uma volta incondicional
Só mesmo para te ver
Para saciar minha visão
Voltei pela luz dos teus olhos
Pela sua face angelical
Sua pele de bebê
Seus cabelos negros
Espalhados em seu corpo
Seus lábios carnudos
Doces trincheiras
A resguardar sua boca
Seu semblante meigo
Sua sobrancelha perfeita
Ah, minha bela Ana
Quanto Deus te fez
Nada foi em vão!
Leoncio K.
Querença desmedida
Quero-te em minhas mãos
Em meus braços, meu peito
Sentir sua respiração
Sua pele, seus pelos
Sua alma, seu coração
Almejo-te plena
Quero ouvir seu sussurro
Compartilhar seu silêncio
Ouvir seu grito
Provocar seu gemido
Conhecer seu encanto
Ofuscar-me em seu brilho
Estirar-me em seu colo
Quero-te já!
Quero-te mais
Quero-te sempre.
Leoncio K.
Em meus braços, meu peito
Sentir sua respiração
Sua pele, seus pelos
Sua alma, seu coração
Almejo-te plena
Quero ouvir seu sussurro
Compartilhar seu silêncio
Ouvir seu grito
Provocar seu gemido
Conhecer seu encanto
Ofuscar-me em seu brilho
Estirar-me em seu colo
Quero-te já!
Quero-te mais
Quero-te sempre.
Leoncio K.
Ignorância infinita
"Em nosso cotidiano não entendemos quase nada do mundo. Pouco pensamos no mecanismo que gera a luz do Sol e possibilita a vida; na gravidade, que nos cola a uma Terra que, de outra forma, nos lançaria em rotação pelo espaço; ou nos átomos de que somos feitos e de cuja estabilidade dependemos fundamentalmente. Com exceção das crianças (que não sabem o suficiente para não fazer senão perguntas importantes), poucos de nós gastamos muito tempo considerando porque a natureza é do jeito que é; de onde surgiu o cosmo ou se ele sempre existiu; se o tempo algum dia voltará atrás, fazendo os efeitos antecederem as causas; ou ainda se existem limites máximos para o conhecimento humano".
Carl Sagan, na introdução a "Uma Breve História do Tempo", de Stephen W. Hawking.
Carl Sagan, na introdução a "Uma Breve História do Tempo", de Stephen W. Hawking.
Vênus e Marte
Homens são de Marte e mulheres de Vênus?
Em termos
Mulheres, sim, são de Vênus
Buscam o prazer insondável
Seguem a trilha do desejo
Amam por amar
Querem por querer
Óbvio demais, desnecessário repetir
Mas elas também são de Marte
Guerreiras invencíveis
Batalhadoras tenazes
Dão a vida pelo que é belo
Compreendem o que é sagrado
Respeitam seus instintos
Contrariam a lógica banal
E se superam na intuição
Mulheres valem um universo
Quentes como Mercúrio
Coração descomunal feito Júpiter
Esplêndidas como Saturno
Inalcançáveis como Plutão
Generosas como a Terra
Brilham como a Via-Láctea
Como cometas vêm e vão
Ao homem, resta o sonho
Pés fora do chão, cabeça na Lua
Fadado a orbitar
Forjado na caça ao mamute
Na captura do leão
Talhado para a guerra
Inclinado à aposta, exposto ao senão
O homem tem virtude démodé
É feito de barro rígido
Contundente, mas que trinca
Forte, mas destrutível
Mulheres vêm do barro mole
Flácido sim, débil jamais
Suave, mas não precário
Resiliente a toda prova
Feito para durar
Perfeito para se amoldar
Projetado para se ajustar
A mulher é a quintessência do futuro
Quando a cautela se sobressai à aventura
A persistência vale mais do que a audácia
A cooperação suplanta o arrojo
A perspicácia se soma à intuição
O abraço se contrapõe ao murro
A ternura supera a agressão
A sutil inteligência é o nome do jogo
A mulher deixa a escuridão
O horizonte do homem se esvai
A mulher é o humano certo na hora certa
O meteoro que muda a ordem já caiu
Só o homem não viu
Se viu, não percebeu
Se percebeu, não reagiu
O homem foi e é
A mulher é e será
Em termos
Mulheres, sim, são de Vênus
Buscam o prazer insondável
Seguem a trilha do desejo
Amam por amar
Querem por querer
Óbvio demais, desnecessário repetir
Mas elas também são de Marte
Guerreiras invencíveis
Batalhadoras tenazes
Dão a vida pelo que é belo
Compreendem o que é sagrado
Respeitam seus instintos
Contrariam a lógica banal
E se superam na intuição
Mulheres valem um universo
Quentes como Mercúrio
Coração descomunal feito Júpiter
Esplêndidas como Saturno
Inalcançáveis como Plutão
Generosas como a Terra
Brilham como a Via-Láctea
Como cometas vêm e vão
Ao homem, resta o sonho
Pés fora do chão, cabeça na Lua
Fadado a orbitar
Forjado na caça ao mamute
Na captura do leão
Talhado para a guerra
Inclinado à aposta, exposto ao senão
O homem tem virtude démodé
É feito de barro rígido
Contundente, mas que trinca
Forte, mas destrutível
Mulheres vêm do barro mole
Flácido sim, débil jamais
Suave, mas não precário
Resiliente a toda prova
Feito para durar
Perfeito para se amoldar
Projetado para se ajustar
A mulher é a quintessência do futuro
Quando a cautela se sobressai à aventura
A persistência vale mais do que a audácia
A cooperação suplanta o arrojo
A perspicácia se soma à intuição
O abraço se contrapõe ao murro
A ternura supera a agressão
A sutil inteligência é o nome do jogo
A mulher deixa a escuridão
O horizonte do homem se esvai
A mulher é o humano certo na hora certa
O meteoro que muda a ordem já caiu
Só o homem não viu
Se viu, não percebeu
Se percebeu, não reagiu
O homem foi e é
A mulher é e será
A coisa mais chata do mundo
Sabe o que é mais chato do que fazer compra de mês? Possivelmente, nada. “Possivelmente” porque a concorrência é grande. Mas vamos às provas científicas, ao passo-a-passo desta torturante saga humana. Como se trata de uma atividade freqüente, não nos damos conta dela. Mas experimente analisar a ida ao supermercado em cada detalhe, separando-a em etapas. Bem, se é você quem faz as compras de mês na sua casa, talvez seja melhor não analisar, sob pena de nunca mais aceitar tal tarefa, a não ser trocando-a por todos os demais deveres domésticos, como abastecer o carro, pagar as contas, ir na reunião da escola, lavar a louça, levar o pet na tosa, etc. Ou, dependendo do seu temperamento, melhor fazê-lo. Pode servir como experiência catártica, que irá libertá-lo (a) da angústia profunda que sempre sente quando ouve sua mulher, marido, empregada ou filho (a) proferir aquela sentença enregelante: “não tem mais nada nesta casa, alguém tem de ir ao supermercado”. Enfim, de cansativo, chega o tema desta história. Então, vamos provar por “a” mais “b” porque as compras nos supermercados são a coisa mais chata do mundo.Como já dissemos, a melhor maneira de entender porque a compra de mês supera todas as demais inúmeras chatices universais é dividi-la em fases, numerando-as, como segue:
1) Fazer a lista é muito chato. Checar a geladeira, a despensa, o armário da lavanderia... Você tem a alternativa de fazer “de cabeça”, mas correndo o risco de deixar muita coisa de fora e ter de voltar muito antes do que imaginava ao supermercado ou de ter de recorrer ao careiro mercadinho da esquina. Má idéia. Se você tem empregada fixa, pode pedir para ela fazer. Mas terá de “repassar” a lista com ela, sob pena de incorrer no risco anterior. Não tem almoço grátis!2) Ir ao supermercado. Pegar o carro e ir ao supermercado, obviamente, é muitíssimo mais chato do que ir com a família ao cinema sábado à tarde ou pegar a estrada no feriadão. Enfim, é uma etapa chata per si. Mas adicione estresse se estiver chovendo ou, como manda a boa lei de murphy, se ocorrer de o alerta de despensa vazia soar em um sábado à tarde, horas antes de você receber os amigos! E o agravante será extra (sem qualquer trocadilho com marcas) se você escolher ir naquele hipermercado-hiper-longe-que-está-com-promoção, ou se for hora de rush, ou tudo ao mesmo tempo agora.3) Enfim, as compras. Vocês estão me entendendo, falei compra de mês. E obviamente estou levando em conta uma família nuclear padrão brasileira, casal e dois filhos. É gasto para encher bem mais de um carrinho. Se você tem um filho só não facilita muito, mas se tem mais de dois dificulta bastante. É progressão geométrica! É chato comprar tudo, mas temos de reconhecer, os produtos in natura são um porre. Escolher as verduras, pesar as frutas e legumes... Assustar-se (protestar não adianta, seu comunista!) com o preço estratosférico das carnes... E se você tiver a infeliz idéia de levar a prole, reserve orçamento extra para os chocolates e outras delícias caras e engordantes. Se forem dois ou mais bambinos, paciência extra para as brigas e brincadeiras bestas de praxe, como ameaçar a integridade física das pessoas em geral com corridas de carrinho.
4) O caixa. Aqui é a morada da lei de murphy. Não adiante muito escolher. Se você pegar a fila menor, provavelmente descobrirá que ela tem o caixa mais lento – daí as pessoas a estarem evitando, seu idiota! E se a fila for curta e o caixa esperto, ainda assim, pela lei das probabilidades, alguma coisa dará errado. Ou justamente na sua vez acontecerá a tradicional troca de turno de caixa, ou a moça terá de repor o papel e a máquina enguiçará, ou a única pessoa à sua frente terá um problema no cartão, obrigando o caixa a chamar o fiscal, que por sua vez chamará o gerente, que por sua vez... Enfim, nunca chegará a sua vez! E também não adianta dar uma de indiferente e escolher uma fila média para ver se sua sorte melhora. Nestes casos, inevitavelmente você ficará comparando a velocidade da sua fila com a das demais e notará o óbvio: aquele sonso da fila ao lado que chegou muito depois de você já está deixando o supermercado com ar de vencedor, enquanto sua mulher está no celular perguntando como você ainda não saiu da loja. Looser!5) Ufa, como Deus é bom! Parecia que você nunca atravessaria a fase 4, que morreria na fila. Mas a guerra está longe de terminar. Agora é levar o carrinho pesado até o carro. E não adianta se apressar, pois na esteira o carrinho fica parado. Mas como ainda não inventaram como colocar as sacolas de compras dentro do carro por telepatia, você terá de passar por mais esta. Com a diferença de que agora seu corpo já está bem cansado. E você tem apenas duas alternativas: a) colocar com cuidado, lentamente, primeiro os produtos pesados e duros, depois os leves e frágeis, separando os de higiene e limpeza dos alimentícios – o que é um saco; ou b) ir jogando tudo de qualquer jeito, o que é bem mais rápido (e até divertido), mas que certamente resultará em ovos quebrados, pães amassados e muita comida com gosto de detergente e água sanitária. Literalmente, é a lei de mercado, você decide!
6) Caminho de volta. Aqui uma surpresinha. Quando você veio o trânsito estava bom? Pois o tempão que você demorou lá dentro foi a conta para dar a hora do rush. E tome buzina logo que você sai do supermercado. Nem precisa dizer que a única maneira de você escapar deste congestionamento na saída é fazer o contrário e sair de casa na hora do movimento, assim quando terminar a compra estará mais calmo. De novo, livre escolha. Você escolhe como vai se ferrar, se no começo ou no final da história. Ah, ia esquecendo, se você quis aproveitar o preço mais em conta para comprar aqueles galões de água mineral, vai devagar senão eles rolam e amassam toda a compra.7) Chegou em casa, estaciona o carro, abre o porta-malas e deita a tirar as compras. Mora em casa? Então vai levar de saquinho em saquinho até a cozinha. Se mora em apartamento, vai atrás do carrinho. E não se esquecer que a etapa é outra, mas vale a mesma recomendação do “level five”. Ou faz tudo destrambelhado, quebrando e amassando uma porção de coisas, ou faz lenta e organizadamente, mas com o saco na lua!8) Fé no Senhor! Está no final. Mas é claro que a última etapa tinha de ser das mais chatas. Agora é guardar as compras. E não pense que só porque a geladeira e as despensas estavam vazias significa que elas estavam limpas e organizadas. Vazia é maneira de dizer. Elas estão cheias de resto de comida, embalagens no final, produtos vencidos. Enfim, ir jogando a compra de qualquer forma pode estragar os alimentos novos ou, tão ruim quanto, simplesmente não vai caber. Então, mãos à obra e vamos limpando e organizando tudo antes de guardar. Uma dica: tire tudo das sacolas antes de abrir a geladeira e a despensa e começar a guardar. Assim você ganha tempo e evita o abre-fecha de portas. Dica 2, a indispensável. Antes de começar a guardar, pegue umas duas ou três cervejas e coloque no congelador. Elas estarão no ponto assim que você terminar o trabalho e serão uma merecida recompensa para o guerreiro. Ligue a TV, sente-se no sofá e brinde. Cheers!
Na verdade, para comprimir a história em oito etapas, resolvi deixar de fora algumas passagens, de fato várias, geralmente mais curtas, mas nem sempre; e não necessariamente menos chatas. Vamos a estas, digamos, chatices menores com as quais somos brindados nas compras de mês:
a) O carrinho. Em algumas compras, esta é uma espécie de “vestibular” da fase 3, a da compra propriamente dita. Sobretudo em época de pagamento nas firmas, o movimento dobra e você tem de ficar esperando vagar um. E alguns supermercados ridículos deixam os carrinhos depositados em área distante do caixa, o que é muito desagradável quando é sua primeira compra lá e você só é informado quando já estava entrando na loja...b) Farra do crédito. Crise? Não falem de subprime para o batalhão de moças na entrada. Se você for mil vezes àquele supermercado, elas vão te perguntar mil vezes se você já fez o cartão da rede, e você terá de responder educadamente mil vezes “não”. “Não fiz e não quero fazer, pô!”
c) Tirar as compras do carrinho e por na esteira do caixa. Simples? Jamais. E aqui você pode ser aporrinhado dos dois lados. Por mais que você espere a compra do cara que te antecedeu correr na esteira antes de começar a colocar a sua, ele vai te olhar com cara de poucos amigos, como se fosse você a pessoa mais inconveniente do planeta. Agora tem o contrário. Você nem bem terminou de colocar seus produtos na esteira e o cliente seguinte, com todo aquele ar de apressado e despachado, já está começando a colocar a compra dele. E nem tem o cuidado de evitar de por uma lata lambuzada de baygon bem ao lado da sua alface orgânica!d) A fila do caixa pode reservar mil surpresas. Tem aquela também da fila curtinha, na verdade com apenas um único cliente, que está começando a por os produtos sobre a esteira. Você entra, se distrai, e nada de o sujeito terminar. Então você olha direito e descobre que se trata de um cara extremamente organizado. Ele colocou os produtos com tanto cuidado e esmero dentro do carrinho e, na verdade, a quantidade de produtos que ele está comprando equivale a umas três compras. Lata de leite condensado? Tem quinze, uma do ladinho da outra. E tome latinhas, de atum, pêssego em calda, e vidros de maionese, azeitona. Só agora você acordou para o fato de que o roliço consumidor à sua frente colocou o supermercado inteiro dentro do carrinho. E você esperando.
e) Tem também o pessoal sem pressa alguma. Normalmente em família. Para eles a compra é um passeio, um evento. Eles conversam entre si, com o caixa... E curtem cada etapa da compra. Colocam com todo o cuidado os produtos na esteira. Só depois começam a empacotar, amarrando as alças de saquinho por saquinho. E só depois começam a por de volta dentro do carrinho, normalmente “carrinhos”. Só após esta tarefa, o macho alfa da família, todo pimpão, tira a carteira do bolso para pagar. Antes, claro, ele dá uma checada no boleto do caixa, discute com a mulher se eram mesmo duas caixas de sabão em pó, se a maçã era gala ou fuji... "Benhê, você não ia pegar fraldinha pro churrasco?" O resto da fila, todos os demais clientes da loja, toda a humanidade, nada importa para tal cliente, apenas aquele precioso momento vivido no supermercado. E você aguardando.f) Uma chatice séria é o boleto da compra. Já notou que nenhum supermercado erra o valor para baixo, só para cima? Aqui não adianta improvisar. A rede pode ter origem francesa, americana ou brasileira, tanto faz. Parece que o software das caixas-registradoras é o mesmo. Eles vão cobrar sempre a manga mais cara, embora você tenha escolhido a mais barata. E se você quis aproveitar aquele azeite com preço promocional e pegou cinco vidros, não se esqueça de checar. Muito provavelmente, o caixa passará o preço normal, bem mais alto. E tem também a pegadinha do produto em lugar errado. Você ficou feliz em achar um vinho francês com rotulo promissor por R$ 29,90, mas no caixa descobre que passou o preço de R$ 69,90, porque na verdade tinham colocado o francês em cima da etiqueta de um argentino...
Nunca passou por qualquer destas experiências? Você nunca fez compra de mês. É feliz e não sabe!
1) Fazer a lista é muito chato. Checar a geladeira, a despensa, o armário da lavanderia... Você tem a alternativa de fazer “de cabeça”, mas correndo o risco de deixar muita coisa de fora e ter de voltar muito antes do que imaginava ao supermercado ou de ter de recorrer ao careiro mercadinho da esquina. Má idéia. Se você tem empregada fixa, pode pedir para ela fazer. Mas terá de “repassar” a lista com ela, sob pena de incorrer no risco anterior. Não tem almoço grátis!2) Ir ao supermercado. Pegar o carro e ir ao supermercado, obviamente, é muitíssimo mais chato do que ir com a família ao cinema sábado à tarde ou pegar a estrada no feriadão. Enfim, é uma etapa chata per si. Mas adicione estresse se estiver chovendo ou, como manda a boa lei de murphy, se ocorrer de o alerta de despensa vazia soar em um sábado à tarde, horas antes de você receber os amigos! E o agravante será extra (sem qualquer trocadilho com marcas) se você escolher ir naquele hipermercado-hiper-longe-que-está-com-promoção, ou se for hora de rush, ou tudo ao mesmo tempo agora.3) Enfim, as compras. Vocês estão me entendendo, falei compra de mês. E obviamente estou levando em conta uma família nuclear padrão brasileira, casal e dois filhos. É gasto para encher bem mais de um carrinho. Se você tem um filho só não facilita muito, mas se tem mais de dois dificulta bastante. É progressão geométrica! É chato comprar tudo, mas temos de reconhecer, os produtos in natura são um porre. Escolher as verduras, pesar as frutas e legumes... Assustar-se (protestar não adianta, seu comunista!) com o preço estratosférico das carnes... E se você tiver a infeliz idéia de levar a prole, reserve orçamento extra para os chocolates e outras delícias caras e engordantes. Se forem dois ou mais bambinos, paciência extra para as brigas e brincadeiras bestas de praxe, como ameaçar a integridade física das pessoas em geral com corridas de carrinho.
4) O caixa. Aqui é a morada da lei de murphy. Não adiante muito escolher. Se você pegar a fila menor, provavelmente descobrirá que ela tem o caixa mais lento – daí as pessoas a estarem evitando, seu idiota! E se a fila for curta e o caixa esperto, ainda assim, pela lei das probabilidades, alguma coisa dará errado. Ou justamente na sua vez acontecerá a tradicional troca de turno de caixa, ou a moça terá de repor o papel e a máquina enguiçará, ou a única pessoa à sua frente terá um problema no cartão, obrigando o caixa a chamar o fiscal, que por sua vez chamará o gerente, que por sua vez... Enfim, nunca chegará a sua vez! E também não adianta dar uma de indiferente e escolher uma fila média para ver se sua sorte melhora. Nestes casos, inevitavelmente você ficará comparando a velocidade da sua fila com a das demais e notará o óbvio: aquele sonso da fila ao lado que chegou muito depois de você já está deixando o supermercado com ar de vencedor, enquanto sua mulher está no celular perguntando como você ainda não saiu da loja. Looser!5) Ufa, como Deus é bom! Parecia que você nunca atravessaria a fase 4, que morreria na fila. Mas a guerra está longe de terminar. Agora é levar o carrinho pesado até o carro. E não adianta se apressar, pois na esteira o carrinho fica parado. Mas como ainda não inventaram como colocar as sacolas de compras dentro do carro por telepatia, você terá de passar por mais esta. Com a diferença de que agora seu corpo já está bem cansado. E você tem apenas duas alternativas: a) colocar com cuidado, lentamente, primeiro os produtos pesados e duros, depois os leves e frágeis, separando os de higiene e limpeza dos alimentícios – o que é um saco; ou b) ir jogando tudo de qualquer jeito, o que é bem mais rápido (e até divertido), mas que certamente resultará em ovos quebrados, pães amassados e muita comida com gosto de detergente e água sanitária. Literalmente, é a lei de mercado, você decide!
6) Caminho de volta. Aqui uma surpresinha. Quando você veio o trânsito estava bom? Pois o tempão que você demorou lá dentro foi a conta para dar a hora do rush. E tome buzina logo que você sai do supermercado. Nem precisa dizer que a única maneira de você escapar deste congestionamento na saída é fazer o contrário e sair de casa na hora do movimento, assim quando terminar a compra estará mais calmo. De novo, livre escolha. Você escolhe como vai se ferrar, se no começo ou no final da história. Ah, ia esquecendo, se você quis aproveitar o preço mais em conta para comprar aqueles galões de água mineral, vai devagar senão eles rolam e amassam toda a compra.7) Chegou em casa, estaciona o carro, abre o porta-malas e deita a tirar as compras. Mora em casa? Então vai levar de saquinho em saquinho até a cozinha. Se mora em apartamento, vai atrás do carrinho. E não se esquecer que a etapa é outra, mas vale a mesma recomendação do “level five”. Ou faz tudo destrambelhado, quebrando e amassando uma porção de coisas, ou faz lenta e organizadamente, mas com o saco na lua!8) Fé no Senhor! Está no final. Mas é claro que a última etapa tinha de ser das mais chatas. Agora é guardar as compras. E não pense que só porque a geladeira e as despensas estavam vazias significa que elas estavam limpas e organizadas. Vazia é maneira de dizer. Elas estão cheias de resto de comida, embalagens no final, produtos vencidos. Enfim, ir jogando a compra de qualquer forma pode estragar os alimentos novos ou, tão ruim quanto, simplesmente não vai caber. Então, mãos à obra e vamos limpando e organizando tudo antes de guardar. Uma dica: tire tudo das sacolas antes de abrir a geladeira e a despensa e começar a guardar. Assim você ganha tempo e evita o abre-fecha de portas. Dica 2, a indispensável. Antes de começar a guardar, pegue umas duas ou três cervejas e coloque no congelador. Elas estarão no ponto assim que você terminar o trabalho e serão uma merecida recompensa para o guerreiro. Ligue a TV, sente-se no sofá e brinde. Cheers!
Na verdade, para comprimir a história em oito etapas, resolvi deixar de fora algumas passagens, de fato várias, geralmente mais curtas, mas nem sempre; e não necessariamente menos chatas. Vamos a estas, digamos, chatices menores com as quais somos brindados nas compras de mês:
a) O carrinho. Em algumas compras, esta é uma espécie de “vestibular” da fase 3, a da compra propriamente dita. Sobretudo em época de pagamento nas firmas, o movimento dobra e você tem de ficar esperando vagar um. E alguns supermercados ridículos deixam os carrinhos depositados em área distante do caixa, o que é muito desagradável quando é sua primeira compra lá e você só é informado quando já estava entrando na loja...b) Farra do crédito. Crise? Não falem de subprime para o batalhão de moças na entrada. Se você for mil vezes àquele supermercado, elas vão te perguntar mil vezes se você já fez o cartão da rede, e você terá de responder educadamente mil vezes “não”. “Não fiz e não quero fazer, pô!”
c) Tirar as compras do carrinho e por na esteira do caixa. Simples? Jamais. E aqui você pode ser aporrinhado dos dois lados. Por mais que você espere a compra do cara que te antecedeu correr na esteira antes de começar a colocar a sua, ele vai te olhar com cara de poucos amigos, como se fosse você a pessoa mais inconveniente do planeta. Agora tem o contrário. Você nem bem terminou de colocar seus produtos na esteira e o cliente seguinte, com todo aquele ar de apressado e despachado, já está começando a colocar a compra dele. E nem tem o cuidado de evitar de por uma lata lambuzada de baygon bem ao lado da sua alface orgânica!d) A fila do caixa pode reservar mil surpresas. Tem aquela também da fila curtinha, na verdade com apenas um único cliente, que está começando a por os produtos sobre a esteira. Você entra, se distrai, e nada de o sujeito terminar. Então você olha direito e descobre que se trata de um cara extremamente organizado. Ele colocou os produtos com tanto cuidado e esmero dentro do carrinho e, na verdade, a quantidade de produtos que ele está comprando equivale a umas três compras. Lata de leite condensado? Tem quinze, uma do ladinho da outra. E tome latinhas, de atum, pêssego em calda, e vidros de maionese, azeitona. Só agora você acordou para o fato de que o roliço consumidor à sua frente colocou o supermercado inteiro dentro do carrinho. E você esperando.
e) Tem também o pessoal sem pressa alguma. Normalmente em família. Para eles a compra é um passeio, um evento. Eles conversam entre si, com o caixa... E curtem cada etapa da compra. Colocam com todo o cuidado os produtos na esteira. Só depois começam a empacotar, amarrando as alças de saquinho por saquinho. E só depois começam a por de volta dentro do carrinho, normalmente “carrinhos”. Só após esta tarefa, o macho alfa da família, todo pimpão, tira a carteira do bolso para pagar. Antes, claro, ele dá uma checada no boleto do caixa, discute com a mulher se eram mesmo duas caixas de sabão em pó, se a maçã era gala ou fuji... "Benhê, você não ia pegar fraldinha pro churrasco?" O resto da fila, todos os demais clientes da loja, toda a humanidade, nada importa para tal cliente, apenas aquele precioso momento vivido no supermercado. E você aguardando.f) Uma chatice séria é o boleto da compra. Já notou que nenhum supermercado erra o valor para baixo, só para cima? Aqui não adianta improvisar. A rede pode ter origem francesa, americana ou brasileira, tanto faz. Parece que o software das caixas-registradoras é o mesmo. Eles vão cobrar sempre a manga mais cara, embora você tenha escolhido a mais barata. E se você quis aproveitar aquele azeite com preço promocional e pegou cinco vidros, não se esqueça de checar. Muito provavelmente, o caixa passará o preço normal, bem mais alto. E tem também a pegadinha do produto em lugar errado. Você ficou feliz em achar um vinho francês com rotulo promissor por R$ 29,90, mas no caixa descobre que passou o preço de R$ 69,90, porque na verdade tinham colocado o francês em cima da etiqueta de um argentino...
Nunca passou por qualquer destas experiências? Você nunca fez compra de mês. É feliz e não sabe!
Gotas de sabedoria
"Chorarei tão somente por aquilo em que acredito; acreditarei tão somente naquilo que sei ser fato; e tudo que eu puder remediar será feito à medida em que o tempo for se mostrando companheiro".
Macbeth, W. Shakespeare
Macbeth, W. Shakespeare
terça-feira, 21 de abril de 2009
O dom primordial
Qual será o dom primordial?
Será a beleza do corpo que nos inebria?
Ou a inteligência que nos guia
?Será a sabedoria acumulada que ilumina?
Seria o bom caráter, que nos distancia do vício?
Ou demonstrar lealdade convenceria?
Mas qual seria o dom maior?
Seria a convicção, que nos liberta da dúvida?
Ou a coragem que tudo desafia?
Seria a mansidão extrema, que da ira nos defende?
Seria a placidez, que afugenta o stress?
Seria ainda a exatidão, que do erro nos desvia?
Mas o que mais poderia ser o dom primevo?
Seria o equilíbrio, antídoto do desvario?
Não nos esqueçamos da firmeza, da justiça,
Da generosidade, do brilho da imaginação
Sem falar da responsabilidade e da gentileza
Da competência, da perspicácia e da retidão.
Mas poupemos o verboE também o adjetivo
Pois só um dom resta substancia
lIsto nem novidade é
Há milênios se sabe, mas não custa reiterar
Pois a faina, a labuta de todo dia
Nem sempre ao homem permite
Explorar sua maior riqueza
Demonstrar sua força superior
Fazer valer seu magno poder
Então vamos ao ponto
Para tudo resumir, uma palavra bastaria
É o amor
Outro termo aqui não caberia
Sem ele, nem se feito anjos falássemos, nada valeria!
Leoncio K.
Será a beleza do corpo que nos inebria?
Ou a inteligência que nos guia
?Será a sabedoria acumulada que ilumina?
Seria o bom caráter, que nos distancia do vício?
Ou demonstrar lealdade convenceria?
Mas qual seria o dom maior?
Seria a convicção, que nos liberta da dúvida?
Ou a coragem que tudo desafia?
Seria a mansidão extrema, que da ira nos defende?
Seria a placidez, que afugenta o stress?
Seria ainda a exatidão, que do erro nos desvia?
Mas o que mais poderia ser o dom primevo?
Seria o equilíbrio, antídoto do desvario?
Não nos esqueçamos da firmeza, da justiça,
Da generosidade, do brilho da imaginação
Sem falar da responsabilidade e da gentileza
Da competência, da perspicácia e da retidão.
Mas poupemos o verboE também o adjetivo
Pois só um dom resta substancia
lIsto nem novidade é
Há milênios se sabe, mas não custa reiterar
Pois a faina, a labuta de todo dia
Nem sempre ao homem permite
Explorar sua maior riqueza
Demonstrar sua força superior
Fazer valer seu magno poder
Então vamos ao ponto
Para tudo resumir, uma palavra bastaria
É o amor
Outro termo aqui não caberia
Sem ele, nem se feito anjos falássemos, nada valeria!
Leoncio K.
Como iniciar um romance - II
"Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes".
De Vladimir Nabokov, numa das melhores aberturas da história do romance em todos os tempos. Russo como Tóstoi, embora naturalizado americano. Esse povo das estepes entendia do riscado. Que o digam Dostoévsky, Chekov, Maiakóvisky, Turgeniev, Soljenistin e tantos outros.
De Vladimir Nabokov, numa das melhores aberturas da história do romance em todos os tempos. Russo como Tóstoi, embora naturalizado americano. Esse povo das estepes entendia do riscado. Que o digam Dostoévsky, Chekov, Maiakóvisky, Turgeniev, Soljenistin e tantos outros.
Como iniciar um romance - I
"Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira".
Meu xará, Leon Tolstói, abrindo com inspiração do gênio que foi o romance Ana Karênina.
Meu xará, Leon Tolstói, abrindo com inspiração do gênio que foi o romance Ana Karênina.
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